O objetivo do nosso blog e divulgar todo evento relacionado a musica instrumental de qualidade principalmente aqueles com entrada franca ou a preços populares alem de divulgar através de entrevistas e reportagens músicos bandas e profissionais do meio musical.
Estamos abertos a parcerias e colaborações.
Iniciamos com uma entrevista com o pessoal do quarteto No Olho da Rua.
Estamos abertos a parcerias e colaborações.
Iniciamos com uma entrevista com o pessoal do quarteto No Olho da Rua.
1) Como tudo começou?
Começou em Jacarepaguá! Na casa do baterista Theomar Ferreira. Eramos 4 músicos ensaiando para um show de uma cantora: Theomar Ferreira (bateria); Roberto Alves (piano); Xandy Rocha (baixo) e Paulo Rego (saxes e flauta). Após o ensaio, os músicos continuaram a tocar livremente, temas da bossa nova, com muita liberdade e muitos improvisos. Aí, alguém perguntou: Por quê não fazemos esse som na rua? E, num dia da semana seguinte, estavam os 4 tocando na calçada em frente ao Clube Bola Preta, ao lado do Teatro Municipal, no centro do Rio de Janeiro. Isso foi em março de 1997.
2) Daí o nome No Olho da Rua, não é?
Isso. Ficamos sem nome durante 1 ano. Porém as coisas foram ficando mais sérias. Alguns contatos para shows, pessoas interessadas em saber aonde tocaríamos e qual o nome que deveriam procurar. Fizemos até plebiscito no calçadão da Praia de Ipanema. No final, acabou que o nome escolhido foi o sugerido pelo Xandy e que está aí até hoje.
3) São quase 14 anos de vida. Quando foi gravado o 1o CD?
A gente tocava e arrecadava dinheiro na capa do bumbo da bateria. Passados 2 anos, já tínhamos uma boa quantia e deu pra alugar o Drum Estúdio por 2 dias, com direito a piano. Isso foi em 1999. Ensaiamos bastante e fizemos tudo nesses dois dias. Gravação ao vivo, logicamente. Todo mundo tocando junto e sem direito a consertos futuros. Foi maravilhoso! Muita energia e muita emoção. Obviamente tem alguns pequenos erros. Por exemplo, na música "O Trenzinho do Caipira" eu toquei a primeira parte três vezes, ao invés das duas que foram combinadas. Ficou assim! Comentei com o Theomar: "Poxa cara, eu errei!" e ele respondeu: "Tá bonito! Música é igual filho, se nascer com 3 orelhas é lindo!". Esse foi o clima!
4) Depois desse, mais quantos gravaram?
Ao todo foram 5 CDs e 1 DVD:
1999 - Hard Bossa
2001 - O Feijão da Brê
2004 - Sacopenapã
2007 - Ele é Carioca
2009 - Experiência n°12 (CD e DVD)
5) E vocês continuam tocando na rua?
Sim! Nosso principal ponto agora é a Praia de Ipanema. Aos domingos, de manhã, no calçadão entre as ruas Garcia d´Ávila e Maria Quitéria, perto do Posto 10. A gente puxa a luz do quiosque Pára Raio, nosso parceiro há mais de 10 anos, e tocamos durante 3 horas sem parar! É uma das melhoras coisas que fazemos. Tocamos sempre o que queremos, da forma que queremos e o público é muito receptivo. Até porque só os que gostam param pra ouvir!
6) Além de tocar na rua aonde mais vocês tocam?
Em 2010 começamos a aparecer mais fora do Rio de Janeiro, com alguns shows em São Paulo, Minas Gerais e Brasília, no Clube do Choro, e uma viagem para Nova Iorque, aonde nos apresentamos em Manhatam e Ithaca mas o nosso principal ponto, além da Praia de Ipanema, tem sido o Santo Scenarium, ali na Rua do Lavradio, na Lapa. Mas também temos tocado em alguns outros lugares como: SESCs, Centro de Referência da Música Carioca, Centro Cultural Carioca, Teatro Rival e.... no Armazém do Jazz, sempre que possível. Aliás, aí no Armazém é aonde temos o nosso melhor público. Gente que conhece música e que nos apóia com muito entusiasmo. Bom demais!
7) Como foi a história de vocês terem ganho uma página inteira no livro Rio Bossa Nova, de Ruy Castro?
Estávamos tocando na Praia de Ipanema. Tocamos "Cidade Maravilhosa" e era a última música do dia. Quando estava colocando o sax soprano no pedestal ouvi uma voz dizendo: - "Em que disco tem esse arranjo de "Cidade Maravilhosa"?. Quando olhei era o Ruy. Respondi: - "No próximo!". Ainda não tínhamos gravado essa música. Aí ele pediu para avisar quando o disco saísse e perguntou aonde mais tocávamos bossa nova daquela forma. Eu respondi: -"Aqui mesmo na Praia de Ipanema. Precisa mais? Aqui é o epicentro da bossa nova!". Aí ele me pediu um telefone e na semana seguinte me ligou avisando que estava escrevendo o livro e que iria mandar uma equipe fotográfica fazer umas fotos nossas. Parecia inacreditável! Mas foi verdade! Tá lá pra quem quiser ver!
8) A Praia de Ipanema é uma grande vitrine. Vocês devem ter boas histórias por lá, não é?
Sim, a cada dia colecionamos mais.
Uma das mais interessantes deu origem a um vídeo no youtube chamado "Terry Crews meets No Olho da Rua".
Estávamos tocando "Cortejo das Almas", música do nosso pianista, Leandro Freixo. Aí aparece aquele cara de 2 metros de altura, cheio de músculos e, pra nossa surpresa, começa a dançar. E dançar super bem! Quase não consegui tocar de vontade de rir! O cara é muito grande! Dançou a música toda e depois foi lá falar conosco: "Amazing men! Amazing!". Filmaram e está no youtube com mais de 50.000 visitas!
9) São muitos os fãs? Como vocês sentem o amadurecimento do quarteto?
Não sei se são muitos os fãs mas com certeza são muito fiéis! Na verdade, tornam-se amigos!
Quanto ao amadurecimento, ele é fruto do nosso próprio amadurecimento individual, como músicos, somado a nossa autoconfiança e ao reconhecimento que temos recebido de fãs, artistas e crítica. É um longo e interminável processo. Melhorar sempre é uma aspiração eterna.
10) Quais os planos para 2011?
Os principais são: tocar em Festivais de Jazz, no Brasil e no exterior e gravar o nosso 6° disco.
Para os Festivais, contamos com a ajuda do nosso produtor, Cláudio Paula ([21] 9123-3815 ou [81] 9139-9169), que está trabalhando forte nesse sentido! Segundo ele, já estamos escalados para o Savassi Jazz Festival, em Belo Horizonte, no mês de agosto e temos alguns outros em pauta, com boas possibilidades de efetivação, tais como o Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga (CE) e o Festival de Blues e Jazz de Garanhuns (PE) e de 4º Poços de Caldas Jazz e Blues Festival (MG), todos em avaliação pela curadoria responsável pela seleção.
Para a gravação do disco, estamos com um projeto aprovado na Lei Rouanet e com muita esperança de captar a verba. Trata-se de um projeto elaborado com a participação do escritor Ruy Castro que, dentre outras coisas escolheu o repertório. Conta também com a participação do Charles Gavin na produção artística.